Um estudo recente realizado no Rio de Janeiro constatou que muitos adolescentes brasileiros estão acima do peso e com níveis elevados de triglicerídeos no sangue.
Foram avaliados 239 adolescentes de 12 a 18 anos de ambos os sexos. Avaliado o perfil lipídico e sua associação com os indicadores antropométricos: índice de massa corporal e circunferência da cintura. Para as análises estatísticas foi utilizado nível de significância de 5%. Os adolescentes com obesidade apresentaram valores médios de HDL-colesterol significativamente menores (44,7 mg/dl vs. 53,9 mg/dl; p < 0,001) e triglicerídeos maiores (109,6 mg/dl vs. 87,3 mg/dl; p = 0,01). As alterações com maior prevalência foram HDL-colesterol baixo (50,6%), hipercolesterolemia (35,1%) e hipertrigliceridemia (18,4%).
Foi possível observar associação negativa do HDL-colesterol com o índice de massa corporal e associação positiva dos triglicerídeos com o índice de massa corporal, mesmo após ajuste para gênero e cor da pele.
Exposição precoce à obesidade favorece maiores riscos de fatores cardiovasculares como dislipidemias. O controle destes fatores deve receber atenção, sendo importante o diagnóstico precoce da dislipidemia principalmente se associada a outro risco cardiovascular, para desenvolvimento de estratégias de intervenção.
Saiba um pouco mais sobre Dislipidemias
A dislipidemia é caracterizada pela presença de níveis elevados de lipídios (gorduras) no sangue. Colesterol e triglicérides estão incluídos nessas gorduras, que são importantes para que o corpo funcione. No entanto, quando em excesso, colocam as pessoas em alto risco de infarto e derrame.
Incidência: muito comum
Casos por ano: mais de 2 milhões (Brasil)
A dislipidemia aumenta a chance de entupimento das artérias (aterosclerose) e de ataques cardíacos, acidente vascular cerebral ou outros problemas circulatórios, especialmente em fumantes. Em adultos, geralmente é relacionada a obesidade, alimentação inadequada e falta de exercícios.
A dislipidemia geralmente não causa sintomas.
Uma dieta saudável, exercícios físicos e medicamentos hipolipemiantes podem ajudar a prevenir complicações.
Existem 2 tipos de dislipidemias, as primárias e as secundárias. As primárias são de causa genética. As secundárias podem ser decorrentes de outras doenças - o diabetes descompensado, por exemplo - e também podem ser originadas pelo uso de medicações – diuréticos, betabloqueadores e corticoides. Situações como o alcoolismo e uso de altas doses de anabolizantes também podem alterar o perfil lipídico.
A obesidade tem influência significativa no metabolismo lipídico e deve ser encarada como importante fator na sua interpretação e tratamento.
Veja abaixo a tabela 1 do artigo, expõe os achados: Média e desvio padrão das características antropométricas e do perfil lipídico da amostra total e estratificado por gênero
Palavras-chaves: Hiperlipidemias; Adolescente; Obesidade; Sedentarismo; Antropometria; Doenças Cardiovasculares; Fatores de Risco.
Dislipidemia em Adolescentes Atendidos em um Hospital Universitário no Rio de Janeiro/Brasil: Prevalência e Associação
Dyslipidemia in Adolescents Seen in a University Hospital in the city of Rio de Janeiro/Brazil: Prevalence and Association
Autoria: Nathalia Pereira Vizentin, Paula Mendonça Santos Cardoso, Camila Aparecida Gomes Maia, Isabela Perez Alves, Gabriel Lunardi Aranha, Denise Tavares Giannini
Arq Bras Cardiol. 2019; 112(2):147-151